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Cinco lessons do futebol americano

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Fred Santoro CONTEÚDO EM DESTAQUE
Meu artigo de hoje tem pouco a ver com TI mas com certeza pode trazer insights interessantes para nosso setor. Irei falar sobre a 2a maior paixão nacional: futebol! Considerando que a primeira seja a família, obviamente.

Nosso futebol ainda é muito amador; em pleno ano da Copa, a CBF não conseguiu definir o resultado final do Brasileirão. Uma vergonha. Por minha origem francesa, sou fã da cultura europeia, mas assisti ao último Super Bowl (final do Campeonato de Futebol Americano) e devo admitir que é um espetáculo incrível além de um case sensacional de marketing esportivo. Para terem uma ideia, o anúncio na TV durante o Super Bowl é o mais caro do mundo e vale 330 mil reais por segundo. Isso mesmo, por SEGUNDO!!!
Pesquisei um pouco mais e descobri que o Futebol Americano tem muito mesmo a ensinar ao resto do planeta, abaixo cinco lessons :
1) A NFL (National Football League) é um show, não só um esporte.
Eles são incomparáveis na arte de criar ídolos, analisar estatísticas históricas e explorar cheerleaders , música e pirotecnia para emocionar, atrair, fidelizar e motivar ainda mais torcedores e os próprios jogadores. Além disso, todo este show cria várias possibilidades de ativação de marcas para viabilizar seus gastos.
2) Usar o Replay para contestar as decisões dos árbitros dá credibilidade ao esporte.
O Replay já é usado em outros esportes como o tênis e evita principalmente que casas de apostas, cartolas e árbitros controlem os resultados dos jogos como, por exemplo, com o famigerado impedimento - que por sinal deveria ser abolido para termos mais gols e espetáculo. Vamos criar uma campanha "Replay Já!!!"?
3) O Met Life Stadium custou mais de 1 bilhão de dólares e foi bancado com recursos privados dos dois clubes de New York: Jets e Giants.
Um triste exemplo de nossa incompetência é a reforma bilionária do lendário Maracanã que foi finalizada antes do acordo comercial com os clubes que por sua vez, foram jogar em outras cidades para barganhar com a administradora do estádio. Além disso, já foi anunciado que o Maraca sofrerá várias mudanças para as Olímpiadas de 2016 bancada pelo dinheiro do povo, por sinal. Um absurdo...
4) O valor das cotas de TV é distribuído igualmente para todos os clubes da NFL.
Infelizmente, o repasse financeiro das TVs para os clubes brasileiros é decidido por critérios passionais e pessoais. Óbvio que o tamanho e a renda das torcidas influenciam a divisão das cotas, mas a habilidade dos cartolas e o time do coração de quem libera a grana têm peso maior. O justo seria distribuir valores iguais a todos os clubes já que de toda maneira a TV aberta só transmite os jogos dos maiores clubes que consequentemente recebem mais mídia e patrocínios.
Falando em patrocínios, concordo que estatais lucrativas patrocinem confederações carentes, porque gera benefícios interessantes para suas marcas e ajuda a sociedade como um todo. Entretanto, empresas públicas apoiarem clubes privados do esporte mais rico do país é imoral e atrai negatividade das outras torcidas e esportes. Isto precisa ser revisto. Ou você acha que Lula ser corintiano não influenciou a Caixa a patrocinar o clube?
5) Os lanternas da NFL têm preferência na compra das novas revelações. O famoso draft .
Essa lição é para FIFA como um todo, não só para CBF até porque o Campeonato Brasileiro é bem disputado, já que os melhores jogadores saem do país e os times acabam nivelados por baixo. Os mais famosos campeonatos europeus têm 3 a 4 equipes muito fortes que se revezam na liderança, o que reduz a emoção dos torcedores. Entendo a dificuldade de copiar o draft americano, não só pela incrível estrutura universitária que montaram mas também porque são muitos países, clubes e jogadores. Porém, pelo bem do esporte, a FIFA deveria pelo menos impôr limites de gastos aos clubes. A Formula 1, por exemplo, tem sofrido uma queda brutal de audiência por falta de competitividade.
Estes são alguns detalhes do futebol americano que podem melhorar muito o nosso soccer , mas claro, existem ações de outros países que também devemos copiar. Por exemplo, a Justiça inglesa prende os hooligans violentos em delegacias durante as partidas. Esta atitude é muito mais eficiente do que tentar impedir a entrada de torcedores criminosos nos estádios.
O que podemos fazer como torcedor é pressionar por mudanças e apoiar movimentos como o Bom Senso Esporte Clube, que não é perfeito, mas representa um grande avanço para um negócio que movimenta milhões de reais e corações.


Bom senso a todos!

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