A Praga da Telinha ou ... um puxão de orelhas em Steve Jobs
A Praga da Telinha ou ... um puxão de orelhas em Steve Jobs
por Rui Natal
Meus amigos,
No final de janeiro (dia 28) saiu a notícia de que as vendas mundiais de smartphones em 2013 haviam ultrapassado a marca de 1 bilhão de unidades. Impressionante ! Assustador ! Arrepiante ! Preocupante ! Um momento; estas exclamações não são tanto pelo volume de vendas e pela aceitação destes aparelhinhos maravilhosos, deliciosos, mas pela forma e intensidade de seu uso. Eu me explico... Eu os convido a fazer um vôo panorâmico pelas capitais e grandes cidades do Brasil; afinal, é por aqui que vivemos, trabalhamos e caminhamos pelas ruas, praças e jardins... Oh Rui, que angelical esta sua frase... Quem de nós questiona, ignora, ou não percebe o grau de aceitação, adoção, e utilização dos famosos smartphones. Será que eu poderia incluir também a... “dependência” ??? Pois é, meus amigos, e é esta palavra – dependência – que vem me preocupando já há alguns meses... “Eta artefatozinho do além!” Não tenho dúvidas em afirmar que esse “camarada” é muiiiiiiiiiiiiiiiiiito útil, mas não tenho dúvidas de que ele mudou ou pirou a cabeça da grande maioria das pessoas. O que percebo pelas ruas é um hipnotismo sem medida. Seria uma praga que infestou nossas cidades ? Steve Jobs, e pensar que em janeiro de 2007 quando voce anunciou ao mundo o iPhone, em verdade voce não estava anunciando um modelo de telefone ou uma guinada na tecnologia e nos recursos e facilidades de comunicação e de mobilidade . Não, Steve , mesmo que de forma impensada, você mexeu com a cabeça das pessoas e colocou nas prateleiras não um celular, mas um verdadeiro “ objeto de desejo ” para muitos – ou eu deveria dizer para todos ? Vejam bem, não estou condenando ou rejeitando a tecnologia em si, as funcionalidades embarcadas, as barreiras que foram quebradas e os benefícios em geral, mas... lanço um filete de preocupação, pois as pessoas só tem olhos para a “ praga da telinha ”. Vez por outra, ou quase todos os dias sou (somos) vítima(s) de um de seus usuários: Exemplos ?- a mãe, moça ainda bem novinha, puxava o filhinho de uns 2 anos pela mão, meio de qualquer jeito, e sem dar atenção a seus muitos tropeços e dificuldades no andar, pois não tirava os olhos da “ praga da telinha ”. Até que parou de repente, e... bem, ainda não temos luz de freio. Moral da história: eu com meus 105 Kgs e 1,87 de altura abalroei a criatura. Mas o impacto, pelo que pude perceber, foi muito menor do que as coisas que rolavam na “ praga da telinha ”, pois ela aparentemente nem sentiu; nem se dignou a olhar para trás, que fosse ao menos para olhar seu filho sendo rebocado.
- e o que dizer das pessoas que atravessam as ruas com 101% da atenção voltada para a “ praga da telinha ”. E nós brasileiros, com nossa indisciplina, atravessamos em diagonal e na maioria das vezes fora da faixa de travessia
- e o que dizer das pessoas que embarcam ou desembarcam de ônibus e transportes públicos sem dar atenção aos passos e degraus, pois não desgrudam da “ praga da telinha ” ?
- e as conversas e diálogos que, sem nenhuma cerimônia são interrompidas pela tentação inesperada vinda da “ praga da telinha ” ?