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Bons líderes geralmente são bons leitores

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Wellington Moreira CONTEÚDO EM DESTAQUE

“Nem todos os leitores são líderes, mas todos os líderes precisam ser leitores.” A frase atribuída a Harry Truman, ex-presidente dos EUA, resume a importância da leitura na vida de um gestor de empresas. O problema é que nem toda companhia ou profissional que ocupa papel executivo tem consciência disso. 

De acordo com os estudos do professor norte-americano Edgar Dale, que culminaram na chamada Pirâmide da Aprendizagem, apenas 10% de todo o conhecimento que solidificamos sobre um assunto qualquer vem dos livros e revistas. Porém, sem essa relevante décima parte não é possível promover conexões dos aprendizados que obtemos assistindo palestras, realizando trabalhos em grupo ou colocando a mão na massa. 

Muitas lideranças, responsáveis pela tomada de decisões de negócios e por conduzir equipes, simplesmente não apreciam livros. E o pior dessa história é que várias companhias fazem “vistas grossas” para o problema por acreditar que o hábito da leitura não tem relação alguma com o desempenho de seus gestores.

 O que está em questão, portanto, é quanto eles deixam de aprender e se desenvolver – num contexto repleto de mudanças – por não lerem o mínimo necessário. Mas a sua empresa pode mudar esse quadro. Vamos às dicas: 

1) Facilite o acesso aos livros e nomeie um curador.

Não basta apenas disponibilizar uma ampla biblioteca dentro da companhia, é preciso designar alguém capaz de recomendar leituras aos gestores. Essa pessoa pode ser um funcionário da própria organização ou mesmo um consultor de empresas.

 2) Proponha leituras em conjunto.

Além de facilitar o acesso aos livros, outra forma de incentivar a busca por conhecimento é recomendar leituras em grupo. Dessa forma, os participantes terão a chance de discutir o que aprenderam sobre o tema, escutar diferentes pontos de vista, trocar experiências e, principalmente, construir conhecimento.

3) Comece devagar.

É bom frisar que, no caso de “leituras coletivas”, não é necessário recomendar um livro inteiro para discussão. Se os gestores que vão participar da atividade não possuem o hábito de ler, é muito melhor começar com apenas um ou alguns capítulos da obra escolhida. Assim, eles não se sentirão sobrecarregados e ainda têm tudo para perceber a atividade como prazerosa.

4) Diversifique os conteúdos.

Também vale a pena variar as leituras entre livros e revistas especializadas em gestão, com biografias inspiradoras e literatura universal do porte de “Em busca de sentido”, de Viktor Frankl, e “A revolução dos bichos”, de George Orwell, por exemplo.

5) Estabeleça uma periodicidade.

Para que a leitura se torne habitual entre os gestores, as empresas devem desenvolver essas atividades de forma regular e não apenas pontualmente. O ideal é definir os livros ou textos a serem lidos e discutidos ao longo do ano e traçar um planejamento.

 Se você pensa em colocar em prática essas ações no curto prazo, tenha em mente que tudo ficará mais fácil se já houver uma cultura favorável à leitura em sua empresa. Explico: de nada adianta manter uma biblioteca nas dependências do escritório e olhar torto para o funcionário que folheia uma revista ou jornal no meio do expediente. A mentalidade de que, lendo, ele não está fazendo nada, tem que acabar.

Os livros melhoram a capacidade crítica, de escrita e comunicação, ampliam a visão de mundo, ajudam a aumentar o nível de concentração. Ou seja, podem proporcionar inúmeros dividendos para a vida dos líderes dentro e fora da empresa.

E se você chegou até o fim deste texto, gostou das dicas, mas ainda está pensando: “Isso é muito interessante, mas não serve para a minha empresa!”, não se engane e jamais subestime os seus gestores. Antes de tirar qualquer conclusão ou fazer julgamentos, experimente adotar algumas dessas sugestões. Topa o desafio?

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