Publicação

COP 26: inovações tecnológicas ajudam na preservação ambiental

foto de
Mídias Sociais

Países firmam pacto para tornar a tecnologia verde mais acessível até 2030. Pesquisadores brasileiros têm desenvolvido projetos na área.

As discussões sobre a importância da inovação tecnológica para a área ambiental têm ganhado cada vez mais espaço nas agendas das lideranças ao redor do mundo. Diante de uma crise sem precedentes provocada pela pandemia da Covid-19, é preciso pensar caminhos para a recuperação econômica global que priorizem o desenvolvimento sustentável.

Em novembro deste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu representantes de, aproximadamente, 200 países para debater as questões climáticas durante a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), realizada na Escócia.

Na ocasião, foi anunciado um plano para viabilizar a chamada “tecnologia verde”. A proposta é baratear e tornar mais acessíveis projetos de eletricidade limpa, veículos elétricos, aço verde, hidrogênio e agricultura sustentável para todas as nações até 2030.

O que é a “tecnologia verde”?

O termo é empregado para referir-se às tecnologias desenvolvidas com o propósito sustentável, que fomentam o crescimento econômico sem promover impactos negativos para o meio ambiente. Por isso, também é comum o uso dos termos “tecnologia ambiental” ou “tecnologia limpa”.

O conceito surgiu nas últimas décadas do século 20 com os movimentos de conscientização ambiental, responsáveis por analisar como os processos tecnológicos usados na revolução industrial têm impactado as sociedades. A poluição e o esgotamento dos recursos naturais são apontados como as principais consequências.

A preocupação com as mudanças climáticas evidenciou a urgência de pensar em tecnologias que permitam inovar, promover a sustentabilidade, a reutilização de produtos, a redução do desperdício e da poluição, mas que também sejam viáveis às nações.

Iniciativas brasileiras

A ciência e a tecnologia caminham juntas no desenvolvimento de soluções que possam contribuir de forma positiva para o meio ambiente. No Brasil, muitas iniciativas estão sendo elaboradas dentro das unidades de pesquisa da Academia.

A Wylinka, organização sem fins lucrativos que mobiliza ecossistemas de inovação a partir do conhecimento científico, analisou um grupo de 94 inovações científico-tecnológicas da academia brasileira com potencial de solução para desafios da economia de baixo carbono. Os projetos que se destacaram constam no documento DeepTech Clima, realizado em parceria com o Instituto Clima e Sociedade.

O estudo apresenta soluções dentro de dois desafios relacionados ao tema: o armazenamento de energia em grande escala e/ou para meios de transporte intermitentes e biocombustíveis renováveis para a substituição de combustíveis não renováveis.

Dentre os projetos para sanar o primeiro desafio estão o ônibus híbrido elétrico e as pilhas a combustível de óxido sólido para a utilização direta de etanol, ambos desenvolvidos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); além do desenvolvimento de novos hidretos metálicos para o armazenamento de hidrogênio no estado sólido, projeto conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A tecnologia do ônibus híbrido elétrico teve três protótipos testados em ambientes reais e por tempo prolongado, no ano de 2014, o que a fizeram alcançar a Technology Readiness Level 7 (TRL7). Os modelos foram apresentados em competições e grandes eventos, como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

Para alcançar a TRL8, foi identificada a necessidade de um arranjo produtivo para a disponibilização de uma nova versão a ser testada por meio de uma pequena frota. Posteriormente, será preciso preparar uma versão pré-comercial, com um número maior de veículos, para a realização de testes em maior escala que possibilitem chegar ao TR9. Após essas etapas e com o cumprimento das normas estabelecidas pelo setor, a tecnologia poderá ser lançada no mercado.

Entre as inovações identificadas para solucionar o segundo desafio estão a produção de hidrogênio renovável a partir do biogás rural, iniciativa da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e a produção de combustíveis gasosos por meio da gaseificação da biomassa e resíduo sólido urbano, estudo desenvolvido na Escola Politécnica de Pernambuco (POLI).

A queima de combustíveis fósseis é uma das principais razões para o agravamento do efeito estufa. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o uso dessas fontes é um dos principais causadores do aquecimento global, o que pode comprometer o cenário econômico e social mundial. Por isso, a importância de pensar fontes alternativas de energia.


Comentários