Veja quais ações podem contribuir para maior eficiência dos processos e garantir a sobrevivência no mercado.
Uma gestão eficaz é o diferencial para assegurar o crescimento e o desenvolvimento sustentável das pequenas indústrias. No entanto, a implantação de boas práticas na área ainda é um desafio. Entender como mudar essa realidade é fundamental para a sobrevivência dos pequenos negócios no mercado.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), as boas práticas de gestão contribuem para aumentar o desempenho da produção industrial, otimizar os processos no dia a dia de trabalho e garantir a qualidade de produtos e serviços. Porém, muitos gestores não sabem por onde começar.
A orientação é partir de uma análise das etapas de produção com o auxílio de fluxogramas de tarefas que permitam visualizar a necessidade de matéria-prima e o que mais for preciso para manter as máquinas em funcionamento.
O planejamento de controle da produção (PCP) é considerado fundamental para a pequena indústria obter resultados positivos. Através dessa prática de gestão, é possível melhorar o fluxo de materiais, reduzir perdas, otimizar a produtividade, diminuir custos e organizar o cronograma da empresa.
Treinar os colaboradores é outra ação que faz diferença para a pequena indústria. Equipes capacitadas atuam com mais segurança e eficiência, conferindo maior qualidade aos resultados.
Utilizar um sistema ERP é outra recomendação do Sebrae. Através desse tipo de software, é possível reunir todos os dados da empresa e fazer uma gestão integrada. A aplicação permite desenvolver ações, automatizar processos e realizar o monitoramento com maior agilidade e precisão do trabalho.
Por fim, cabe ao gestor ter uma atuação proativa para que todas as tarefas sejam cumpridas dentro do prazo. Dessa forma, é aconselhável fazer revisões preventivas no maquinário e checar o estoque antes de períodos em que há maior demanda.
Questão de sobrevivência
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) uma gestão eficiente é responsável por determinar se uma empresa irá sobreviver ou não no mercado. Na realidade dos pequenos negócios do setor, a implantação de boas práticas na área ainda é um desafio.
De acordo com os dados mais recentes da CNI, mais de 90% das indústrias instaladas no Brasil são de micro ou pequeno porte. A falta de planejamento e capacitação em gestão estão entre as principais ameaças de manutenção no mercado. Em seguida estão as dificuldades de acesso ao crédito e a alta carga tributária.
Para a CNI, as pequenas indústrias devem adotar como boas práticas de gestão a implantação de um sistema ERP, a realização de análise SWOT periódica e os cuidados com a contabilidade e o fluxo de caixa.
Capital de giro: 43% não fazem boa gestão
Apesar das recomendações do Sebrae e da CNI, a realidade das pequenas indústrias brasileiras mostra uma lacuna quando o assunto é gestão.
Pesquisa encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) e divulgada pelo Datafolha, em 2022, revelou que 43% dos pequenos negócios do setor não tinham um bom gerenciamento do capital de giro para a manutenção das atividades. Dessa forma, quatro em cada dez empresas estavam em situação de inadimplência.
De acordo com o Sebrae, o capital de giro é o recurso que garante a saúde financeira da companhia. No dia a dia, é ele quem possibilita manter estoques, arcar com as despesas operacionais e oferecer a alternativa de venda a prazo para os consumidores.
Para a CNI, os gestores devem estar capacitados para entenderem o conceito, realizarem cálculos e identificarem se há necessidade de solicitação de empréstimo por meio de linhas de crédito específicas para a pequena indústria.
A adoção de boas práticas de gestão no dia a dia é o caminho apontado pelas entidades para sanar esse tipo de problema e assegurar o desenvolvimento sustentável das pequenas indústrias.