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Como se contrai o vírus da esclerose múltipla?

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Adriano Luz

A esclerose múltipla é uma doença neurológica e autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando inflamação e destruição da bainha de mielina, que é a camada protetora dos neurônios.

Essa alteração prejudica a comunicação entre as células nervosas e pode provocar diversos sintomas, como fraqueza, formigamento, visão turva, fadiga, problemas de equilíbrio e cognição, entre outros.

Mas como se contrai o vírus da esclerose múltipla? A resposta é: não se contrai. A esclerose multipla não é causada por um vírus, nem por qualquer outro agente infeccioso. Na verdade, a causa exata da doença ainda é desconhecida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos.

Fatores genéticos

A esclerose múltipla não é uma doença hereditária, ou seja, não passa de pais para filhos. No entanto, existem alguns genes que podem aumentar a predisposição para desenvolver a doença. Esses genes estão relacionados ao sistema imunológico e à sua regulação. Por isso, pessoas que têm parentes de primeiro grau com esclerose múltipla têm um risco maior de ter a doença do que a população em geral.

Fatores ambientais

Alguns fatores ambientais podem influenciar no surgimento ou na progressão da mesma. Entre eles, estão:

A exposição ao sol e aos níveis de vitamina D

Pessoas que vivem em regiões com menos incidência de luz solar ou que têm deficiência de vitamina D parecem ter mais chances de ter do que aquelas que vivem em locais mais ensolarados ou que têm níveis adequados dessa vitamina. A vitamina D tem um papel importante na modulação do sistema imunológico e na proteção dos neurônios.

A exposição a infecções virais

Alguns vírus podem desencadear uma resposta imune anormal em pessoas geneticamente suscetíveis, levando à inflamação e à lesão dos nervos. Um exemplo é o vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa. Estudos mostram que pessoas que tiveram essa infecção na adolescência têm um risco maior de desenvolver esclerose múltipla na vida adulta.

O tabagismo

Fumar cigarros aumenta o risco de ter e também pode acelerar a sua evolução. O tabaco contém substâncias tóxicas que podem danificar os neurônios e estimular o sistema imunológico a atacá-los.

A obesidade

Estar acima do peso também pode favorecer o aparecimento da doença, especialmente na infância ou na adolescência. A obesidade está associada a um estado inflamatório crônico no organismo, que pode afetar o sistema nervoso central.

Fatores imunológicos

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico reconhece erroneamente as células do próprio corpo como estranhas e as ataca. Nesse caso, os alvos são os neurônios e a sua bainha de mielina.

Não se sabe ao certo o que leva o sistema imunológico a se confundir dessa forma, mas alguns fatores podem contribuir para isso, como os já mencionados genes, vírus, vitamina D, tabaco e obesidade. Além disso, outros fatores podem desencadear ou piorar os surtos da doença, como o estresse, as infecções, os traumas, as alterações hormonais e os medicamentos.

Conclusão

A esclerose múltipla é uma doença complexa e multifatorial, que não é causada por um vírus. A sua origem envolve uma interação entre fatores genéticos, ambientais e imunológicos, que levam à inflamação e à destruição dos neurônios.

A doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamentos que reduzem os sintomas, as crises e a progressão da doença. Por isso, é importante consultar um médico neurologista ao perceber qualquer sinal de alteração neurológica e seguir as orientações médicas.


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