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Tecnologia para empresas: no-code torna apps mais acessíveis

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Adriano Luz

Nos últimos anos, as plataformas no code têm ganhado cada vez mais destaque. Entre 2017 e 2022, o faturamento desse mercado aumentou mais de cinco vezes, passando de US$3,8 bilhões para US$21,2 bilhões, de acordo com a Forrester Research. Parte do crescimento é atribuído à aderência das empresas a esse tipo de tecnologia.

De acordo com especialistas da área, o uso de interfaces no-code possibilita criar soluções sem a necessidade de uma equipe especializada, o que poupa tempo e recursos financeiros. Os softwares e aplicativos desenvolvidos com a tecnologia permitem automatizar processos e, consequentemente, ampliar a produtividade nas organizações.

No mercado, há diferentes plataformas para a criação de soluções que não exigem conhecimento sobre programação. Os usuários utilizam uma interface visual com componentes pré-construídos, que costumam se basear em funcionalidades de “drag-and-drop” (arrastar e soltar, em tradução livre).

As plataformas permitem que qualquer trabalhador da empresa crie softwares e apps para a solução de diferentes problemas. No ambiente corporativo, as inovações podem auxiliar na automatização de processos repetitivos, integração de sistemas, coleta e análise de dados, entre outras ações.

Entre os exemplos desse tipo de tecnologia está a ferramenta FlutterFlow, que permite criar apps complexos, com um design personalizável, através de uma base desenvolvida pelo Google que utiliza a linguagem de programação Dart. Por meio dela, é possível integrar o banco de dados e API, criar projetos compartilhados em times, entre outras funcionalidades.

Já com aplicativos Bubble io, a empresa pode desenvolver integrações simplificadas com meios de pagamento e plugins que permitem a criação de gráficos personalizados. Através dela, os desenvolvedores podem realizar integrações avançadas com a interface de programação de aplicação e criar apps escaláveis.

Vantagens e limitações do uso de no-code

Estudo realizado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) indicou que, até 2025, haverá um déficit de cerca de 530 mil desenvolvedores no Brasil. Diante da estimativa, as plataformas no-code surgem como alternativa para as empresas, já que permitem uma criação de forma mais colaborativa e simplista.

Na prática, enquanto a equipe de TI foca em desenvolvimentos mais complexos, os outros colaboradores podem se encarregar de aplicações que resolvam problemas específicos. Os sistemas sem código são úteis para testar ideias e criar um MVP (produto viável mínimo) de forma ágil.

“Com no-code, qualquer profissional pode criar um app do zero, em poucas semanas. Empresas que utilizam essa linguagem economizam no processo de desenvolvimento e, também, têm muito mais velocidade na entrega”, explica o embaixador da No-Code Start-Up, Matheus Castelo Branco.

O profissional que não é da área tecnológica, mas se aventura a desenvolver aplicativos, tem sido chamado de “desenvolvedor cidadão” pelo setor. A nomenclatura se estabeleceu por conta da democratização de acesso oferecida pelas plataformas no-code para quem não tem conhecimento técnico na área.

Pesquisa feita pela consultoria Gartner identificou que cerca de 70% dos aplicativos serão criados por sistemas low-code e no-code até 2024. Assim, os desenvolvedores cidadãos devem superar os corporativos em, pelo menos, quatro vezes até o fim deste ano.

Mas isso não significa uma substituição dos profissionais da área. O mercado aposta que o trabalho de desenvolvedores cidadãos irá complementar o dos programadores, trazendo mais opções e agilidade para as organizações.

Matheus Castelo Branco pontua que as ferramentas no-code se aplicam no processo inicial de um software ou aplicativo. “Por enquanto, sistemas muito complexos ainda devem ser desenvolvidos por programação tradicional.”

O especialista orienta, ainda, que as manutenções dos apps devem ser realizadas, preferencialmente, por um programador com experiência nas ferramentas no-code. Mas destaca que as atualizações podem ser feitas rapidamente, diferente do processo de desenvolvimento tradicional, onde qualquer mudança pode ser cara e demorada.


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