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Quem consome, não paga e é lucrativo?

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Fred Santoro CONTEÚDO EM DESTAQUE

Um dos nichos de mercado mais atraentes do Brasil movimenta mais de 70 bilhões de reais por ano e é formado por consumidores que não trabalham, não tem CPF nem cartão de crédito. São consumidores que gritam, choram e correm sem parar.

Já percebeu que o Cases & Negócios de hoje vai falar sobre crianças, né? O mercado infantil cresce em torno de 15% ao ano e engana-se quem acha que elas só querem brinquedos.

Na verdade, as crianças influenciam os pais em todas as compras da casa e seu poder de persuasão é enorme. As agências de publicidade já estão considerando estes pequenos formadores de opinião como pode ser visto, por exemplo, na campanha atual da NET Combo em que a última palavra é dada ao bebê na decisão do novo fornecedor.

O setor de Eletrônicos e Games estão ganhando fortunas com as versões infantis de seus produtos até porque, as crianças de hoje aprendem a operar um tablet antes mesmo de ler. Elas serão muito mais espertas que nós.

Redes de Hotéis, Restaurantes e Shopping Centers estão investindo cada vez mais em estrutura e equipe para receber nossos anjinhos e deixar os ocupados pais consumirem ainda mais.

Em relação ao setor de Alimentos e Bebidas, embalagens e formatos especiais são preparados exclusivamente para elas e na indústria têxtil, as maiores margens e menores custos de matéria-prima estão nos produtos infantis. No varejo, franquias especializadas em crianças nascem em ritmo acelerado principalmente nos segmentos de educação e moda.

Uma boa notícia para o mercado nacional é que, graças à alta do dólar, as constantes viagens para compras de enxoval de bebês em Miami devem diminuir bastante. O ramo de móveis e decoração infantil também vai muito bem como podemos acompanhar o case da baiana Oito Baby que está em plena expansão.

A produção de eventos infantis também está vivendo um verdadeiro boom; nunca vimos tantas peças teatrais e festas com produções tão caras e elaboradas. Para mim o case mais bacana do mundo deste trabalho de base é realizado pelo Festival de música eletrônica Sónar de Barcelona, onde morei por 4 anos. Eles constroem uma enorme área chamada Sónar Kids e proporcionam experiências musicais, sociais e sensoriais inesquecíveis para seus futuros fãs. Grandes DJs internacionais passam por lá e se divertem com a garotada e seus pais, claro!

Investir no mercado de consumo infantil traz grandes benefícios para as empresas espertas, pois as crianças:

  • dão feedback rápido e sincero;
  • irão consumir sua marca por mais tempo;
  • são ainda mais consumistas que suas mães.

É um mercado desafiador porque quem consome não paga, portanto a estratégia de marketing e distribuição merece muita atenção. Mas as margens compensam.

Boa sorte, meninada!

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