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As duas faces dos riscos de software

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Bruno Horta Soares CONTEÚDO EM DESTAQUE

Consultório Portal GSTI #36 – As duas faces dos riscos de software

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riscos do software

Caros leitores,

muitas das vezes quando me perguntam o que faço respondo que “apoio as Organizações a conhecerem, entenderem e gerirem os riscos relacionados com as Tecnologias de Informação ”.

De entre todas estas palavras, “ Risco ” é sem dúvida aquela que mais se destaca levando a que maior parte das vezes a minha função seja associada a um “Arauto da desgraça”.

Ameaças, vulnerabilidades, ataques, bloqueios, ou não-conformidades são algumas das palavras que surgem quando se começa a falar de Riscos de TI, motivo pelo qual tenho sempre de lançar sempre a "palavra-joker" no início de qualquer conversa: oportunidade!

A definição de risco deve sempre ter em consideração um equilíbrio entre as ameaças e as oportunidades para que a gestão de risco possa contribuir de forma equilibrada para a proteção dos ativos e para a criação de valor .

Recentemente a ISACA lançou o guia profissional “ COBIT 5 for Risk ”, tendo identificado alguns exemplos de cenários de riscos relacionados com as tecnologias de informação que poderão ser utilizados por profissionais de todo o mundo nas suas tarefas relacionadas com o sistema de informação .

Uma das principais novidades foi precisamente a identificação de exemplos de cenários risco escritos pela positiva e pela negativa, sendo possível em qualquer dos casos identificar uma probabilidade de ocorrência e um impacto para suportar uma adequada gestão de risco .

Aqui ficam os exemplos de cenários de risco para a categoria de Software:


#
Exemplo de cenário pela negativa
Exemplo de cenário pela positiva
1
Incapacidade do software
entregar os resultados desejados (desalinhamento com o modelo de negócio exigido ou mudanças organizacionais ).
O software utilizado estimula o
geração de novas ideias.

2
Imaturidade do software (“early adopters”, erros, etc).
3
O software errado é escolhido para implementação ( custo , desempenho,
recursos, compatibilidade, etc).

São realizadas análises e desenhados
business case s ” para garantir a
seleção adequada de software.
4
Existem falhas operacionais quando um novo software é operacionalizado .
Existe formação dos usuários e são realizados testes antes da decisão da passagem a produção para garantir
uma transição suave do novo software e a continuidade do negócio .
5
Os usuários não conseguem usar e explorar as novas funcionalidades do software.
6
As modificações intencionais no software levam a dados errados ou ações fraudulentas.
O princípio dos “4 olhos” é utilizado em situações concretas de introdução/modificação de dados para assegurar a avaliação pelos pares e diminuir o estímulo para ações fraudulentas ou simplesmente a ocorrência de resultados inesperados.
7
As modificações não-intencionais no software levam a resultados inesperados.
8
Ocorrência de erros relacionados com o gerenciamento de configurações ou alterações.

O gerenciamento de configuração diminui o tempo de resolução de incidentes e o gerenciamento de problemas .
9
Mal funcionamento de software aplicativo crítico.
São realizados testes antes da decisão de “go-live” para garantir a disponibilidade e bom funcionamento do software.
10
Problemas recorrentes em software de sistema.

11
O software aplicativo é obsoleto (ex. tecnologia antiga , má documentação , manutenção dispendiosa , escalabilidade reduzida, pouca interoperabilidade)
As tecnologias de informação são um fator de inovação , garantindo uma interação entre as áreas de negócio e TI.
12
Incapacidade de regressar a versões anteriores em caso de problemas operacionais com as novas versões.
São definidas cópias de segurança e pontos de restauro de acordo com a importância do software para o negócio para garantir procedimentos de reversão.

Num mundo em que a mudança é cada vez mais a palavra de ordem, ter a capacidade de gerir adequadamente os riscos de uma Organizaçã o é um dos principais fatores críticos de sucesso para a criação de valor.

Neste sentido, importa que criar as condições favoráveis para que as funções de risco sejam vistas como parceiras dos negócios, tendo sempre em mente que a cada probabilidade de ocorrência de um evento de perda existe uma probabilidade inversa de evento de ganho.

Espero ter ajudado!

Bruno Horta Soares, CISA®, CGEIT®, CRISC™, PMP®

"The more you know, the less you no!"

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Referências: "COBIT 5 for Risk"

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